Não é fácil ser uma motorista mulher em um meio tão predominantemente masculino, o preconceito está presente e não é fácil ignorar. Dentre os motoristas de ônibus e vans da PUC-Campinas conhecemos apenas duas mulheres e apesar da escolha de se tornarem motoristas não ter sido delas, o desemprego as levou a essa profissão, hoje o trabalho já não é mais encarado como uma obrigação, ambas disseram que se sentem mais a vontade para assumir essa nova identidade: a de motoristas.
Entre as reclamações, a mais freqüente (como não podia deixar de ser) é o preconceito que elas têm de enfrentar no dia-a-dia, tanto dos colegas como de amigos e familiares. Dos amigos elas ouvem que não é seguro dirigir à noite, na pista e na cidade. Entre os colegas de profissão o que elas mais tem que agüentar é a provocação e as insinuações de que por serem mulheres elas são piores no volante. Nunca é fácil ser a excessão dentro de um grupo, tanto para mulheres como para homens, mas para conquistar espaço é preciso coragem e confiança de que se esta fazendo a coisa certa.
No ínicio não foi fácil assumir para as pessoas que eram motoristas, era algo incomodo para elas que achavam que essa profissão não era para mulher, mas com o tempo essa imagem foi desaparecendo, a convivência com outras motoristas mulheres as ajudou a ver que não há uma profissão masculina ou feminina e que elas eram capazes de desempenhar a função tão bem quanto qualquer outra pessoa.
O fato de serem mulheres trouxe maior confiança para as mães de seus passageiros, já que elas se sentiram mais seguras de ter uma mulher responsável pelo transporte, por considerar que estas são mais cuidadosas no trânsito e são menos propensas a se envolver em acidentes. Apesar disso elas contam que muitas empresas de ônibus não aceitaram que elas se candidatassem para o cargo de motorista, já que eles procuravam apenas homens para ocupar função mas essa visão machista esta perdendo espaço enquanto as mulheres conquistam esse novo território ainda tão pouco explorado.
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